O inferno possui muitas formas!

Cursinho pré-vestibular!

Ahhhhhh, o cursinho!

Deus que me livre, foi a pior época da minha vida, ainda bem que passa. É uma fase chata é claro, mas devo admitir que sem ele eu nao teria amadurecido o suficiente para começar com pé direito os estudos na faculdade. E pra variar eu desabafei mais uma vez numa madrugada qualquer no meu companheiro Word:

CURSINHO, uma das piores épocas da minha vida! Fiz Objetivo, que era localizado dentro de um shopping (mais precisamente no estacionamento G2) mequetrefe perto de casa que era baratinho.
Todo santo dia acordava as 6 horas da manhã e tomava meu rumo ao INFERNO 2 (inferno1 pra quem não se lembra é o busão). Pegava todos os dias o trânsito infernal matinal de São Paulo para conseguir chegar ao lado de casa onde ficava o cursinho. Chegava, entrava no shopping que se encontrava totalmente vazio, óbvio, me dirigia ao estacionamento G2 por meio de escadas intermináveis, atravessava o estacionamento que aquela hora da manhã já era quente, e chegava a uma portinha de vidro onde era meu querido cursinho de cada dia. Um lugar pequeno com 3 salas de aula para um bando de babacas (salve exceções).
Em minha sala de aula estudava comigo uma colega antiga de escola, a qual não via ha tempos e que nunca tinha sido amigooona, no máximo uma conhecida. Ela sempre sofreu muito no colégio pois as pessoas nunca a trataram bem e sempre a zoavam por ela ser tímida e até estranha. Seu nome era Alice, uma menina de 17 anos que aparentava 12, loira, cabelos curtos com uma textura que lembrava algodão doce ( só que não dava vontade de comer,claro) e de um jeitinho pacífico que chegava a irritar. Eu estava numa época conturbada da minha vida mas decidi ser legal com ela, dar uma chance sem julgá-la antecipadamente.
Todos os intervalos passávamos juntas, conversávamos pouco e isso me deixava mal, pois sempre fui rodeada de amigas e amigos animados e empolgados. Um belo dia, depois de estar já bastante irritada com aquele jeitinho “sou fofa e boazinha demais vou vomitar” e com tudo aquilo que a minha vida tinha se tornado, houve a gota d’água!!! Ela começou a falar comigo sobre: Mangás, porém não aquele Mangá aceitável(na medida do possível né). Ela começou a analisar os desenhos que víamos quando éramos crianças, como por exemplo, Pokemon, Digimon e derivados falando que eram SUPER legais mas que atualmente estavam ficando muito violentos e bla bla bla!!
MEU, quem vê desenhos de criança com bichinhos esquisitos gordos e rosas e de varias cores com super poderes e os acha VIOLENTOS??? Pelo amor!! Depois dessa, pedi licença e me dirigi à sala de aula e lá decidi que não passaria mais os intervalos, que tinham o objetivo de me relaxar e não de me irritar, com ela. Todos os dias então, eu dava a desculpa de que tinha de estudar nos intervalos, pois meu vestibular estava chegando e estava com medo de não passar. Ficava dentro da classe como uma nerd das brabas lendo as matérias que haviam sido dadas e uma revista de atualidades que era pré-requisito para a faculdade que iria prestar. Ah sim, abrindo um pequeno parênteses, esqueci de falar que enfim depois de muitas sessões de orientação vocacional juntamente com o cursinho escolhi uma profissão!! Faria Publicidade e Propaganda, estava radiante, pois era uma pedra a menos no meu caminho e agora só me restava estudar para passar na melhor faculdade de Comunicação Social, a ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
Sabe, quando pessoas nada a ver entram em nossas vidas, não é a toa. A Alice acabou me ajudando a me isolar e estudar tudo o que tinha pra estudar, olha que beleza!!hahaha Tadinha. Sabe, respeito ela e tudo mais, eu sei que tem vários problemas, mas por favor...fique longe de mim, ainda mais no estado em que eu me encontrava, totalmente ESTRESSADA. Pelo menos me afastei dela antes de xingá-la e provocar uma situação constrangedora e triste (cara, eu sou muito legal haha).
Bom, mas na classe eu não era a única nerd sem amigos daquela bomba de lugar. Havia mais pessoas como eu, então decidi fazer contato, pois não agüentava mais ficar estudando sem falar uma palavra, sem dar uma risada sequer.
Algumas cadeiras a frente da minha havia uma garota, era morena cabelos compridos com uma aparência bem simples, ela estava lendo uma revista sobre um autor que cairia nos vestibulares. Neste momento pensei comigo mesma: “Oba, tenho um pretexto para conversar com ela!”. Então como quem não quisesse nada, sentei ao seu lado e perguntei sobre a revista, se era boa e se ela poderia me emprestar após fazer a leitura completa.
Pronto! A partir daí surgiu uma amizade, e assim foi. Ela conhecia outra pessoa da classe que conhecia outra e acabamos formando nosso grupinho.
Amizades de cursinho são diferentes, são amizades passageiras que nos ajudam a suportar toda a pressão que o vestibular nos proporciona.

É como se tivesse data de validade sabe?